20 junho, 2007

NOVO ENDEREÇO

www.biroscas.com.br

O guia aqui mudou-se. Novo nome, velhas safadezas.

17 junho, 2007

CASA BRANCA

Notar a forma de escrita rebuscada de nosso anfitrião. Principalmente o último item: supostamente 2 Long Necks

Já tínhamos visitado oficialmente as quadradezas do Mercado dos Pinhões uma vez. A birosca daquela ocasião tinha sido O Cazuza que, de tão fraco, não mereceu nem o review do guiazinho. Aí ficou um certo trauma. Mas sabe bem o leitor que bêbado é bicho sem memória e sem dignidade e, como cururu ao pé do pote, volta obstinadamente aos locais onde sofreu enxovalho.

Lirismo pungente à parte, fomos de novo ao Mercado. Desta vez tentar a sorte em outra birosca, o Casa Branca.

A noite abriu cedo na extraordinariedade de uma quinta-feira. E abriu bem, com a presença de convidados especiais que tinham ido ver, como no zôo, a nossa equipa in natura. O cardápio era oral (como manda a tradição botéquica) e foi anunciado por Chico comandante-em-chefe da taberna. Era simples como um ovo frito: bisteca bovina e de porco, panelada e camarões. Ele não anunciou, mas vimos logo nas outras mesas que estava saindo uma canja servida no copo americano. Abrimos então com o consomé de galináceo, que estava supimpa.

Eu e Zé, os únicos afeitos a liposidades, comandamos em seguida a panelada, que só passava do mediano pelo seu caldo um pouco mais grosso. A bsiteca de porco foi apreciada até pelos comensais de hábitos judaicos e os camarões, que não comi, foram rapidamente devorados e repetidos - o que deve ser um bom sinal.

O Chico embolsou uma féria boa nesse dia e limpou o freezer de cervejas. Sairíamos com a última 600ml da casa não tivesse nosso convidado Tales, The Human Torch, arranjado mais duas longuenétes escondidas.

Em tempo, o Prêmio Osso de Bisteca da noite foi concedido a Zé Lauro por abandonar o campo antes do final do primeiro tempo.

Bom botequim. Este cururu com certeza volta.

Caia Dentro:
A bisteca de porco e os camarões enchem o buraco do dente com grande estilo.

Caia Fora:
A população de pedintes e meliantes locais, pelo menos na noite em questão, era das mais insistentes e chatas.

Onde é:
Pegue a Nogueira Acioly no sentido sertão-praia. A birosca fica quase em frente ao Mercado do Pinhões, do lado esquerdo.

11 junho, 2007

BÁ DU BEL


Apoiamos este movimento

Não amigoles, este não é o bar do cantor careca do chiclete com banana. Tampouco é o correlato do BA DU DÉ no Bairro de Fátima. É, pra ser sincero, um bar bem superior àquele seu quase xará na Aldeota.

Superior em muitos aspectos. A começar pelo ambiente com alma de botequim, nas cercanias da Aguanambi. O cardápio é modesto e honesto, ou seja, tem tudo o que oferece: da maminha (desnaturada) à embalagem de quentinha, passando por belas costelinhas de porco e feijão verde na média. O queijo vem redondo no prato, e desce da mesma maneira. Por descuido, não degustamos o espetinho de frango (o nosso especialista no setor estava indisposto).

A atração da noite foi a televisão exibindo o DVD do Raça Negra ao vivo no GRESSE. Interessante ver que todos os membros da cáfila de etilistas conhecia uma ou duas canções do grupo, com exceção de J. da Manibura. Ele conhecia todas. Kleuds gostou[gozou] em especial do momento que o cantor se enrolou numa bandeira branca, azul e vermelha convenientemente entregue por alguém da platéia.

Depois da lambança, fomos tirar o gosto no Arlindo. O mesmo Arlindo que espera há 17 semanas por uma resenha a ser escrita por Zé Lauro, o Terror do NPD.


Caia Dentro:
O lugar é brem tranquilo na semana, o atendimento prestimoso e o serviço, rápido. O DVD do raça negra é o melhor da coleção.

Caia Fora:
Os outros DVDs que rolam podem não agradar gostos mais requintados.

Onde é:
Sobre o viaduto da 13 de Maio, no sentido Aldeota-Benfica, desça usando a alça que fica à direita. Siga pela rua direto uns três quarteirões. O bar fica à esquerda, ao lado do Bar do Railson, quase atrás do Raimundo Faz Tudo da Aguanambi.

04 junho, 2007

MANEL BARRIGA

Malvados por André Dahmer

Dessa vez fomos levados pelo príncipe da Manibura para uma excelente taberna nas proximidades do seu reino. É o local de escolha de Sêo Samuel, pai do nosso presbítero J., e rei da Manibura. Fomos pra constatar que o monarca realmente sabe onde beber.

O recanto do Ceará Sporting Club na jóia da periferia fortalezense se esconde sob a sombra de uma mangueira frondosa. Manel, O Barriga, comanda com seu espírito bucaneiro um bar que reúne a nata Maniburense e não deixa faltar tira-gostos os mais gordurosos para os assíduos. A não ser na quarta-feira.

Nosso revés deu logo as caras quando o garçom - um jovem cooperativo, de uns 97 quilos - gritou lá pra dentro da cozinha:

- Mãe, tem o que pra comer?

Ao som da resposta negativa a equipe quis fraquejar. Era questão de honra comer algo que fosse. Graças a São Meliante (padroeiro dos tonéis de carvalho), nossa inquietação foi amainada pela mãe do major, que logo apareceu oferecendo um bife acebolado que sobrara da janta para nós jovens em fase de crescimento. E o tal do bife fez sucesso.

Quatro rodadas de bife acebolado depois, decidimos que tinhámos de voltar lá outro dia. Talvez num final de semana, para apreciar a promessa de uma tarde de suculências. O cardápio oferece a famosa galinha à caipira (a melhor do bairro), panelada e carneiro na brasa. Vamos sim, e vamos logo.

Caia Dentro:
A boa-vontade dos propietários salvou a noite. O ambiente é daqueles onde os vizinhos se encontram. Ideal para aplicar uns penduras.

Caia Fora:
Só em dias específicos é que se pode desfrutar do variado cardápio.

Onde É:
Vindo pela Washington Soares em direção à Messejana, dobre à direita na rua imediatamente após a Tok Stok.
Após a segunda lombada, dobre na segunda à esquerda. Sem erro.

31 maio, 2007

BAR DO CIÇO

Se há um bar cuja essência reflete exatamente o espírito que esta trupe tenta reunir semanalmente, o local, nas teorias medievais, seria o Bar do Ciço. É o tipo do canto em que os fregueses cativos têm até cadeira própria, com direito a personalização e o escambal. Não bastasse isso, anualmente são eleitos os Presidente e Vice-Presidente do bar, escolhidos entre seus freqüentadores assíduos, com direito a fotografia na parede, como bem reza a praxe.

O ambiente é agradável, principalmente considerando que se trata de um bar "rústico" em pleno coração da Aldeota. Normalmente não está cheio - particularmente, nunca o vi lotado, por sinal - mas possui um movimento básico. Obviamente, na maior parte do tempo não dá para "limpar a vista", até porque os habituées provavelmente votaram em Jânio para Presidente da República.

O cardápio é limitadamente razoável, com os nomes dos pratos prestando a justa homenagem aos regulares clientes, e os preços até mereceriam uma condecoração do DECON por serem tão acessíveis e nobres.

Se você é mais uma vítima das circunstâncias e acaba ficando limitado à circunscrição geopolítica da Aldeota, é uma opção deveras interessante. Não deixe de conferir!

Caia dentro:
Quando disponível, a piaba frita é uma maravilha! Vá também de tábua de frios que, servida de iguarias mais módicas, não decepciona.

Caia fora:
Se você é daquele tipo de malaca que fica no bar até o bronze do sol raiando começar a valer a pena, esqueça o local! Fecha cedo, até porque a terceira idade se recolhe cedinho...

Onde é:
Fica na esquina da Tibúrcio Cavalcante com uma ruazinha chamada Padre Quinderé. No sentido da Tibúrcio, fica um quarteirão antes do início da Padre Antônio Tomaz e um quarteirão depois da Torres Câmara. É logo ali, pertinho da antiga morada de Edilson, onde o capote nunca voou...

21 maio, 2007

HOSPÍCIO

Rapaz, eu admito: além da conversa fiada regada a álcool e alimentada por tiragostos diversos, j. da manibura também é um conhecedor do esporte bretão, sobretudo o jogado aqui nessas bandas de Alencar. Caso você seja ignorante de pai e mãe, ou pelo menos não é chegado às metáforas radiofônicas, é do futebol que estou falando.

Pois bem. Imbuídos do espírito de juntar duas das grandes paixões nacionais, o futebol e a cerveja, foi que resolvemos realizar nosso encontro semanal no Bar Hospício, devidamente localizado dentro do Estádio Municipal Presidente Vargas, o popular P.V. A data escolhida foi uma quarta-feira, e, para evitar discussóes mais acaloradas, escolhemos um jogo do simpático time da estrada de ferro, o Ferroviário Atlético Clube. O público é quase inexistente e aproveitamos a presença do pilantra Mário Quinderé, resgatado brevemente de seu ostracismo em terras cariocas.

Antes de adentrar o estádio (até mesmo porque chegamos cedo e o bilheteiro ainda não tinha chegado), tzellareudçon, eu, kleuds e mário quinderé degustamos as iguarias da pracinha defronte ao estádio. Rolou aí uma sessão de cachorros-quentes e espetinhos de carne moída, também conhecido por Cafta. A nota do cachorro-quente fica entre 0 e 1. Tudo parecia feito de papel. Já o Cafta, esse merece ser melhor avaliado. Um 6 ou 7 cai bem. Aquele negócio com uma pimenta e farofa desce que é uma beleza.

Após adentrarmos o estádio, nos dirigimos diretamente ao Hospício. Lá constatamos que o local não é nada do que imaginávamos (ou que pelo menos eu imaginava). Só havia chope, de uma marca genérica. O gosto se situava entre o horrendo e a ressaca imediata. Os tira-gostos também não animaram a moçada. Fugimos rapidamente.

Caia Dentro:

Rapaz, difícil. Se você gostar de futebol, o melhor é ficar vendo a pelada que vai estar rolando no campo, bebendo o chope dos bares que s situam embaixo das arquibancadas e degustando os demais quitutes do estádio. Se não dão um baile em limpeza, o sabor raro compensa.

Caia Fora:
O próprio bar. Fuja do Hospicio. O Benfica tem opções bem melhores. Vide outros posts.

17 maio, 2007

BA DU DÉ

Sacou? Bar do Dé, Ba-Du-Dé. Só pode ser coisa de publicitário. É o tipo de criatividade que eu queria pra escrever alguns posts. Como esse.

A birosca fica incrustada na zona nobilíssima da nossa maviosa capital. Ainda mais: nas cercanias de um cursinho e/ou faculdade particular no - para usar os termos radiofônicos-propagandísticos - "Coração da Aldeota". É, um bar desses merece palavras grandiosas.

Mas nada de novo no front, só o serveur gaiatinho Chumáquer que, quando não está descansando entre um atendimento e outro, está assustando os clientes usando a bandeja como gongo.

Boa birosca pra quem não quer ir muito longe. Preços justos, cardápio razoável. Cerveja gelada, naquele preço da área nobre.

Caia Dentro:

Os espetinhos de frango são uma surpresa. Feitos com a coxinha da asa, fazem o profissional mais arraigado tirar o chapéu.

Caia Fora:

A freqüência do estabelecimento é assinada pela galera chicleteira, iveteira e marombeira da vizinhança.

Onde é:

Indo pela avenida do inventor do avião no sentido Praia do Futuro - Centro, dobre na segunda à direita depois do cruzamento com a Frei Mansueto (a rua do lado do cursinho Interfase). Fica uns 50 metros depois.

18 abril, 2007

O PEDRINHO

De volta à atividade. E de volta ao Benfica.

A bola da vez é o bar O Pedrinho, nas proximidades da FEAAC - mais conhecida pelas faculdades de Economia e Administração da UFC. É ali onde a alunada calcula a divisão das cervejas e administra o consumo das porções de tira-gosto.

A birosca é ladeada à esquerda por uma escola de boxe desativada e à direita por um comerciante implicante que não permite mesas no seu pedaço de calçada. Em frente fica uma pensão de estudantes.

Permitam-me a digressão para falar da tal pensão. É que o movimento dos moradores do lugar era tão interessante que a equipa de tunantes mal conseguia tirar o olho do espetáculo. "Um estudo socio-antropológico", diria Kleuds. Eu digo que é curiosidade mesmo: o fluxo contínuo dos diferentes habitantes dava de dez a zero em qualquer programa televisivo com nome de personagem de George Orwell.

Seguindo na digressão, escrevo que outra circunstância extraordinária da noite foi a ausência do assecla J. da Manibura. O factotum do Jardim das Oliveiras desapareceu desde o começo do mês sem deixar rastro. Há quem diga que foi tentar a sorte estropiada da imigração nos EEUU. Outros menos otimistas dizem mesmo que está sentado à esquerda do tranca-ruas. De minha parte, ainda espero que pague o dinheiro que me deve desde 1998.

Mas voltando ao pequeno Pedro, que ninguém quer perder tempo com frivolidades, o lugar é bacanudo. Os espetinhos variados feitos em churrasqueira de roda de carro passaram no crivo com ponto sobrando. Eu e o Zé encaramos a dobradinha e a moela, que não fazem feio em nenhuma festa de black tie. Os profissionais do atendimento foram rápidos e solícitos. A Antarctica estava agradabilíssima. Tudo em cima.

Caia dentro:
Espetos de queijo e coração de boi. A lingüiça também é decente, mas como o especialista na iguaria estava ausente (Manibura), deixaremos para uma próxima avaliação técnica mais apurada.

Caia fora:
Boas opções de comida, mas limitadas.

Onde é:
Vá pela Av. da Universidade em direção ao centro. Depois da Faculdade de Economia, dobre na primeira (permitida) à direita. Fica no lado direito da rua, não mais do que 50 metros da esquina.

14 março, 2007

CASA KAIADA

Tem vezes que a gente dá sorte valendo. Foi o caso de ontem.

Vencido o medo de sermos surpreendidos por uma chuva repentina - todo bêbado é feito de sonrisal e foge d´água como o capeta foge do crucifixo- rumamos para um bar relativamente conhecido na cidade, o Casa Kaiada.

Foi chegar e começar a discutir o conceito de "birosca". Alguém argumentou, não sem razão, que o CK era organizado demais, e limpo, essas bossas. Outro saiu-se com aquela de que era só um boteco um pouco mais arrumado. Ficamos nessa por uns minutos até chegar o primeiro prato da noite, que trouxe junto a resposta transcendental ao ontológico questionamento: birosca é um estado de espírito. Eis o mistério da fé.
E essa é a fé que anima a nossa igreja. E a do CK também que, apesar de algumas sofisticações como mesas limpas e arrumadas e garçons fardados, ainda leva na essência aquela semente maléfica e primordial da malaquice. Desculpem a ladainha empolada, mas é que uma boa porção de tripa torrada não se encontra todo dia. E que tripa! Uma tripa à altura da lingüïça que JG considerou Padrão Spettor´s de qualidade.
Eu e Zé emendamos com um "baião de três", prato especial da casa que congrega no mesmo pirex baião, paçoca e moela ao molho. Sensacional. Kleuds por sua vez, e cobrando a menção de outra de suas especialidades, açoitou um filé à parmegiana que julgou acima da média. Lá pelas tantas ninguém aguëntava mais comer e, só pra confirmar o que se havia constatado na abertura, outra porção de tripas foi pedida. Como disse certa vez Long Dong Silver, fechamos a noite, e fechamos gostoso.
Caia Dentro:
Tripas de porco fritas naquele ponto crocante e o baião de três, de agora em diante figurando entre os prediletos deste guia.
Caia Fora:
O banheiro é um pouco longe da zona de combate.
Onde É:
Indo pela Aguanambi em direção à Dom Manuel, há um único sinal no qual se pode dobrar à esquerda, na altura do colégio Raquel de Queiroz. Pegue esse sinal, cruze a avenida e siga adiante, depois do final do quarteirão tem uma pracinha. O Casa Kaiada é em frente.

10 março, 2007

O CÉSAR

Nesta edição comemorativa dos aniversários de Kleuds (25.02), Zé Lauro (07.03) e Manibura (09.03), tinhámos originalmente decidido que a birosca da vez seria um tal de Toinho, nas redondezas do esconderijo do primeiro aniversariante. A turma chegou até a sentar na mesa do plano original, mas na hora de perguntar pelo menu do dia, foi frustrada por um direto "Não tem nada". Mas uma réstia de esperança acendeu nas palavras seguintes do garçom: "Ali na frente hoje tem mariscos." O ali na frente calhou de ser O César.

O César não tem placa indicativa e nem parece um bar, visto de longe - o que denuncia o esquema são as mesas na calçada. Segundo um assíduo freqüentador e morador da rua que juntou-se à equipa de pesquisadores, o boteco oferece uma sofisticada variação do cardápio ao longo da semana. A Santa Terça é dia de mariscos, quinta só se serve espetinhos, e outras coisas mais nos outros dias que minha combalida memória não conseguiu captar.

Terça então é dia de agulhas fritas, arroz de camarão - também de arraia e de sururu -, camarão ao alho & óleo e piabas fritas. Sim, piabas fritas e crocantes servidas num prato e ornadas por rodelas de laranja. Achar um prato assim nas nossas peregrinações é como achar uma botija. E dá o maior problema: fica a vontade de ir mais umas tantas terças ao mesmo lugar. Mas não somos pagos pra ficar parados, então, adiante!

*Em tempo, a expressão resgatada da noite : "Mó picárdia!"

Caida dentro:
Piabas fritas indeed!

Caia fora:
Caia fora se não for irreverente, pois costumam trocar os pedidos. Foi nessa que um arroz de sururu virou arroz de arraia. Os pratos também costumam demorar um pouco.

Onde é:
Vá pela Ten. Benévolo em direção à D. Manuel, dobre à direita nos fundos da igreja Santa Luzia (na rua Antonio Angusto), siga por uns cem metros. Fica à esquerda.

27 fevereiro, 2007

PALADAR

Interior do Paladar - nem sinal do distinto atendente
Saca striptease? É um negócio bacana com duas partes: o strip, que é o sentido da coisa - é quando a mulher tira a roupa, pra quem não sabe -, e o tease, onde ela faz as fintas e firulas ao redor do principal. Pois é, tem birosca que é só o tease.


O Paladar é assim. Começa com a gente recebendo ótimas indicações do lugar. Pois lá comparecemos e o cardápio é realmente colorido com petiscos gordurosos e exóticos (ova de peixe, mucunzá sertanejo etc) enchendo umas tantas páginas encardidas. Jóia. Salivando, começam os pedidos. Decepção, irmãos, decepção.

Não tinha quase nada do que se oferecia no prospecto. Nada de panelada, nada de queijo na brasa, espetinho nem pensar, mucunzá só tal dia. E nessa ficamos, sem o strip. O garçom com muito esforço e pouca vontade manda pra mesa o que conseguiu garimpar do fogão: um filé com fritas, uma dobradinha e um prato de leitão trinchado.

Leitão Trinchado
Mais uma vez o porco salva o dia
Mas, verdade seja dita, o leitão se salvou com honra ao mérito. Cebola e pimentão acompanhando pedaços de leitão torrados na manteiga. Como diria Borat: high five!

A cerveja quente serviu para embalar a tópica da reunião, qual seja, a natureza do fardamento oficial da equipe Espetinho´s. Eu e Kleuds votamos em finas camisas de viscose contra Manibura e Zé que defendiam arejadas regatas de popeline. A dúvida fica pendurada para a próxima birosca.

Caida dentro:

O leitão trinchado é primeira.

Caia fora:

Do cardápio.

Onde é:

Vindo pela Treze de Maio no sentido Pici-Pontes Vieira, fica no mesmo quarteirão do Pasto & Pizza, um pouco antes.

08 fevereiro, 2007

PITOMBEIRA

(Linha do Trem por Raphael Salimena)

Fato: só eu mesmo escrevo nessa josta. Mas há um trabalho sujo e alguém tem de fazê-lo - e não será Stallone Cobra.

Então. Decidimos no EdO que iríamos essa terça pro famigerado Pitombeira, recanto da patota universitária que se sobrevive nos campi ao redor da reitoria & casas de cultura. Sim, mais um bar no genial Benfica.

Profissionais sempre alertas. Talvez!

ZéLauro (passista, puxador de samba-enredo e atual habitué da Marecha Deodoro) foi quem deu a idéia, prontamente aprovada pela meticulosa trupe de especialistas: Zé comanda a seção 'espetinhos & gordurosos', Manibura domina lingüiças e embutidos afins, Kleudson manja de mariscos, apetizers e música de câmara e eu, humilde aprendiz de malaca, fico com a responsabilidade de vos brindar com essas mal-traçadas.
Pois é. Chegamos lá pra, logo de cara, sentir - como se diz na gíria universitária - qual era a batida do estabelecimento. Austero, casual e displicente, diria se quisesse embelezar o relato. Ou precário, desorganizado e sujo, mandaria num tom mais realista. Talvez o Pitombeira se situe em algum ponto entre as duas descrições, dependendo do quanto se bebe.
Casa semi-cheia numa terça-feira, demos início aos trabalhos abrindo com uma carne de sol com macaxeira decente. Depois disso foi calabresa e espetinhos de frango e queijo. Tudo nos conformes.
No geral é uma boa birosca, com sinuca bacana e espetinhos aprovados pelo padrão Pelucio de qualidade e liposidade. A localização é muito boa e a clientela no ótimo nível dos bares do Benfas.

Caia Dentro:
Opções variadas de petiscos além dos tradicionais espetinhos, mas...
Caia Fora:
...a depender da boa vontade dos garçons, que lá pelas (nem) tantas começam a bocejar e a perguntar se o cliente tem certeza que quer pedir mais um tira-gosto.
Onde é:
Vá pela 13 de maio em direção às casas de cultura. No sinal antes daquele do cruzamento com a Av. da Universidade dobre à direita. Pegue a primeira a direita de novo. Cai em cima.
(Cuidado pra não sentar nas mesas que são do bar em frente, muito fraco)

04 fevereiro, 2007

ESPETINHO DE OURO

Não é que a gente seja especializado em lugares que vendam espetinhos, mas é prazer nosso freqüentar bodegas que sirvam esse quitute decentemente.

O Espetinho de Ouro, como o nome entrega, é especializado em carne enfiada num pedacinho de madeira. O leitor pode pensar que não há nada demais nisso, que é coisa simples. Aí é que o leitor se engana: há espetinhos e espetinhos. Senão vejamos.

Começa com a apresentação do negócio. Lá no EdO, vem servido num prato (até limpo) acompanhado de uma - mais que clássica - salada de batata & maionese. Mais: porção de farofa torrada, um tipo de molho de cebola e um muy rico vinagrete condimentado.

A surpresa é o espetinho de queijo. Este comensal que vos escreve não é lá muito amigo dos laticínios, mas tem de admitir que o coalho na brasa de lá é classe A. O queijo é fresco (range sim), torrado na medida.

Na terça que fomos, a ambiência musical foi feita por um praticante de órgão de igreja no vizinho de trás (Seminário da Prainha), tocando o top 10 de músicas funestas non-stop. Sinistro.

Ah, a cerveja é gelada sim.

Caida dentro:
Espetinhos variados: carne de gado e porco, frango, coração de galináceo e queijo. O preço pode assustar o sovina. O espeto de frango, por exemplo, custa R$ 3,90. Mas vale.

Caia fora:
O espetinho de carne é o mais fraquinho de todos.

Onde é:
Bem atrás do Seminário da Prainha. Pegue a Monsenhor Tabosa no começo e dobre na primeira à direita. Fica logo no primeiro quarteirão, lado esquerdo.

29 janeiro, 2007

PONTO NOVO

Eu e Zé Lauro somos os especialistas em buchadas e paneladas deste emérito guia. Estamos sempre alertas - escoteiros - ao que de melhor possa sair das cozinhas botéquicas na seara das víceras e seus derivados. Assim sendo, nossa missão incansável é achar os melhores pratos da cidade, nem que isso custe o sono tranqüilo à noite ou a saúde da mucosa gástrica e das coronárias. Sempre avante, até o último Engov.

Segundo Gurgel, meu amigo de dimensões antediluvianas, há um mito, uma lenda urbana, de que quando se quer arrazoar que uma panelada é boa e confiável, diz-se que é feita por "uma senhora". É verdade que em muitos lugares, nunca se vê a tal velhinha asseada, que vive apenas na imaginação do sujeito que quer dormir sem o peso na consciência de ter ingerido alimento non-conforme vigilância sanitária. Mas esse não é o caso do Ponto Novo.

Lá a panelada realmente é feita por uma vozinha que de vez em quando dá o ar da graça. O bar é a extensão de uma casa (ou o contrário), com um amplo alpendre aberto no qual ficam as mesas. Nessa área, virada para a rua Soriano Albuquerque, corre um ventinho fresco a tarde toda. É, sem dúvida, um negócio familiar tocado pelos filhos da tal senhora.

O panelosa é feita com um tempero cuidadoso - que leva até pimenta de cheiro - e servida com um arroz soltinho e o pirão. Serve dois picaretas fácil.

A cerveja é gelada e o menu é o "pequeno que satisfaz". Comi a moela frita, a carne de sol e a língua de boi e todos foram mais que aprovados.

Caia dentro
A panelada, sem dúvida. E nesses tempos de calor pra derreter, nada como uma cervejota e um ventinho na cara.

Caia Fora
O lugar não é muito feito pra funcionar como bar, então costuma fechar cedo.
Onde é:
Descendo na Soriano Albuquerque em direção à Aguanambi, fica a dois quarteirões antes do sinal com a rua Capitão Gustavo, do lado esquerdo.

25 janeiro, 2007

TUCHÊ BAR

Sob o signo da famosa Tartaruga Tuchê, vem a baila o bar e restô homônimo.

Nossa intrépida trupe, desta feita composta apenas por Sauleira e J. da Manibura, membros fundadores e atuantes desta joça, após rápida deliberação, compareceu in loco para checar e classificar o local nos importantes rankings a serem publicados oportunamente pela Canalhor's Publishing Ltd.

O terreno, mesmo em plena terça-feira, tinha um público razoável, composto em sua maioria por funcionário do DETRAN, os quais vão lá bebericar suas cervejas e beliscar seus tira-gostos enquanto confabulam novas maneiras de fazer seu serviço de forma mais lerda e, consequentemente, irritar a todo o resto da sociedade alencarina. Além dessas pretimosas pessoas, chamou nossa atenção um desses gringos que inundam a cidade, devidamente acompanhado de duas garotas, tratando de realizar da forma mais bizarra possível o sonho de todos os homens.

A decoração, com desenhos da referida tartaruga equilibrando os mais diversos petiscos em sua espada, também é pitoresca.

Mas vamos ao que interessa: a cerveja é gelada e o atendimento diligente. Os abstêmios informam também que o côco gelado é dos mais salutares. O grande destaque é, certamente, a picanha tira-gosto. O negócio é feito na pedra e servido sobre ela, fatiada e acompanhada de toneladas de cebola assada. Verdadeiramente supimpa.

O downside da coisa é a localização. Num dos cruzamentos mais movimentados e barulhentos da cidade, o Tuchê não é dos mais indicados para quem gosta de um pouco de tranquilidade.

Vá nessa

A picanha na pedra é um manjar dos Deuses. Não dispense a cebola assada e a farofa.

Fuja

O lugar é barulhento por conta do cruzamento em frente.

Localização

Santos Dumont, no sinal da Frei Mansueto, sentido sertão-praia.

19 janeiro, 2007

PAULO DO CAMARÃO

Ou Pablo de Las Gambas, como é conhecido no meio canalha, é um dos ilustres bares da Varjota. Ilustre assim; talvez seja mais conhecido pelos iniciados nas artes birosqueiras, ou wise in the ways of science, como diria sir Bedevere.

O arroz de camarão de lá foi eleito por Dr. Kleudson, PhD, como o melhor da cidade. Eu assino em baixo e carimbo: a iguaria é excepcional. A equipe costuma pedir como tira-gosto, mas há quem jante ou almoce só aquilo lá. A cerveja é gelada, servida naqueles copinhos pequenos (os profissionais) pelo sempre atento Aírton, o Cid Moreira da Varjota.

(Curiosidade: Aírton, além de promotor de atendimentos, é locutor da rádio comunitária local. A voz não nega. E, como se não bastasse, é grande fã do Rei Roberto, o que muito nos orgulha.)

Aconselho ir num final de tarde de sábado, com o sol já baixo, e esticar até a hora de fechar. Se tiver sorte, vai presenciar alguma marmota de bêbado, coisa comum no Paulo.

Caia dento:
Pedir o arroz de camarão é lei. Fora isso, tem também a tilápia frita feita naquele ponto tostadinho que é uma beleza.

Caia fora:
Suas intenções de esticar a conversa podem ser frustradas pelo horário de funcionamento do local. Geralmente o Airton nos defenestra - mui educadamente, sempre - cedo (meia-noite, no máximo).

Onde é:
Cruze a rua Ana Bilhar por aquela rua que passa ao lado do Assis da Picanha e siga em frente, o Paulo fica na próxima esquina à direita.

11 janeiro, 2007

ASSIS DO BENFICA

O Benfica é um dos grandes bairros de Fortaleza. Concentra uma população acadêmica animada, várias residências universitárias, campi da UFC e, como não podia deixar de ser, muitos maloqueiros. E onde há maloqueiros há biroscas.

O Assis fica no Benfica in situ. Ali, bem no meio do bairro, a pouca distância de quase todas as residências universitárias. Nossa equipe foi lá numa terça-feira genérica para encontrar todas as mesas - que se dividem de uma lado e outro da rua que passa em frente ao bar - ocupadas pela tal população acadêmica. Agradável, o ambiente.

Diferente do seu xará na Varjota, O Assis não serve refeições. A especialidade são os espetinhos variados(frango, lingüiça, carne e coração de frango) feitos numa churrasqueira que fica fora do bar. A cerveja é gelada e naquele precinho de meia. Com essa combinação genial, nossa equipe foi longe; acabou com a bohemia da casa mas conseguiu completar a grade com as antárcticas faltantes. Dica preciosa: guarde os espetinhos de madeira pra tocar bateria em cima da mesa e pra saber quantos churrasquinhos foram consumidos. (No final você ainda pode levar pra casa e jogar em cima da cama do seu amigo.)

Caia dentro:
Os espetinhos são bons e baratos. O sujeito come aquilo que nem sente.

Caia fora:
A panelada é bem fraquinha.

Onde é:
Indo pela 13 de Maio em direção ao Pici, dobre à esquerda na pracinha da Gentilândia e depois na terceira rua à esquerda. Siga reto e pare na segunda esquina. É lá.

10 janeiro, 2007

PICANHA DO LESSA

O Lessa é uma clássica churrascaria localizada ali nas proximidades do centro. Tem aquela estrutura e cardápio tradicionais das churrascarias de Fortaleza - mesa de madeira, picanha, lingüiça, maminha e todas aquelas variações ao redor disso, nos acompanhamentos - mas é bem decente.

O diferencial (ma non troppo) são as "promoções", as opções já montadas de carne e guarnição. Então você tem, por exemplo, meio quilo de maminha, uma porção de baião, duas lingüiças, farofa, batata frita e um guaraná de dois litros (!) a 18 pilas. há também outras opções interessantes para até quatro comensais.

O serviço é bom, até porque o lugar é pequeno. O acesso é fácil e, como fica ali perto do batalhão da polícia, penso que seja uma birosca mais ou menos segura. No dia que fomos a Bohemia não estava muito gelada, mas nunca se sabe. Recomendo a costelinha de porco como tira-gosto.

Caia dentro:
Às sextas tem "Festival da Cerveja". A Bohemia de 600ml (claro!) é vendida a 1,99. Mas corra, porque a promoção é só "Enquanto durar o estoque" (claro!)

Caia fora:
Nunca engraxe os sapatos lá. Um dos nossos experts cometeu essa imprudência e foi dilapidado em 15 reais (foi mais caro que a parte dele na conta). Ficamos sem entender. Fica o aviso.

Onde é:
Bem atrás do ginásio do Marista Cearense. Entre o batalhão da Polícia de Choque na Pe. Valdevino e os fundos do colégio.